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Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

sábado, 1 de março de 2008

Responsabilidade social

Por Robson Rocha

Os problemas do sistema prisional são antigos. São comuns a super-lotação e as inúmeras tentativas de fuga. Nessa semana, em Muriaé, 40 presos tentaram fugir do cadeião da cidade e foram impedidos pelo detetive plantonista.
Segundo a Polícia Civil, a iniciativa teria partido de 14 adolescentes que estão em celas separadas no Cadeião.

Segundo o repórter Silvan Alves, da TV Atividade de Muriaé, o Ministério Público, por meio do promotor, Dr. José Gustavo Guimarães Silva, informou no início da tarde dessa quinta-feira que pediu à Justiça a interdição da cadeia e a proibição da entrada de presos de outras comarcas em Muriaé. As cadeias de Minas têm se tornado verdadeiros depósitos de presos que vivem em condições sub-humanas.

Mas, como interditar todas as cadeias, apesar das tentativas de fuga e de casos graves como o da cadeia de Ponte Nova, onde 25 presos morreram? Fomos a primeira equipe de TV a entrar no cadeião depois da tragédia e tirei algumas fotos com o celular, porque minha máquina estava sem bateria. Pois, apenas falando, seria difícil explicar o que encontramos. Fora o cheiro, imaginar um local como aquele tomado pelo fogo e o desespero das pessoas que não conseguiam sair... A sensação era estranha.

Mas, felizmente existem tentativas de mudar essa realidade. Na cadeia de São João Del Rei, foram construídas 3 salas de aula que começam a funcionar nessa segunda-feira, dia 3 de março. Segundo a Gazeta de São João Del Rei, 60 presos já estudam e agora de 180 a 220 detentos terão a oportunidade de retomar os estudos dos ensinos médio e fundamental.
Projetos assim são fundamentais para a ressocialização das pessoas que estão lá.

Em Juiz de Fora, gravamos uma matéria muito bacana na penitenciária Arisvaldo Campos Pires, onde os recuperandos têm oficinas para aprender profissões na fábrica de calças jeans, na marcenaria, na fábrica de vassouras. Existe também uma padaria onde tudo é feito como se funcionasse em nosso bairro.
Estávamos fazendo matéria para o Jornal da Alterosa, mas a direção me autorizou a tirar algumas fotos onde dá pra ver que é uma padaria normal e com muito mais higiene do que muitas que existem aqui fora. Além disso, os produtos são muito gostosos.
Digo isso de cadeira, pois depois da gravação fizemos um belo lanche com pães e biscoitos da padaria. Só não comi mais porque não cabia!

Uma coisa muito bacana é que os projetos na Arisvaldo Campos Pires têm o apoio de empresas privadas que estão deixando a conversa de lado e mostrando com ações que são empresas que têm, realmente, responsabilidade social.
Com trabalho, os presos têm no que pensar e isso evita tentativas de fuga e rebeliões.
É lógico que o número de presos que saem da prisão e voltam a cometer algum tipo de crime e não vão se recuperar é grande. Mas, se alguns se tornarem profissionais e saírem empregados já é um ganho maravilhoso.

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