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Esperamos com este Blog dividir um pouco das inúmeras histórias que acumulamos na nossa profissão. São relatos engraçados, tristes, surpreendentes...

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Operação Vendaval

Por Robson Rocha

Hoje à tarde estava resolvendo alguns problemas particulares e me deparei com uma operação da prefeitura e da polícia militar.
Já sabia que haveria essa operação, aliás, a informação era de que seria uma mega-operação.
A Operação Vendaval!
Segundo a SPU, os comerciantes irregulares receberam notificações na última semana.
Entre as principais irregularidades apontadas pela Fiscalização, estão a não permissão do titular da barraca no ponto, os excessos na altura e largura, a mudança de local sem aviso prévio e a sujeira que deixam no local.

Mas, voltando um pouco no tempo, saí da TV às duas da tarde e fui para o centro.
Passei pela rua Marechal Deodoro e, próximo aos correios, estava lotado de camelôs.
Estranhei que fiscais estivessem passando pelo local, pois isso esvaziaria a operação.

Mas, quando voltei, o local estava totalmente mudado.
Apenas os ambulantes legalizados estavam por lá e uma Kombi da fiscalização estava parada no meio da rua.
Olhei dentro do carro e não havia nenhum material apreendido.
Os vendedores de cd’s andavam pela rua sem nenhum produto.
Achei que a operação havia sido adiada.

Porém, quando cheguei na Avenida Getúlio Vargas, trânsito interditado, várias motos e viaturas da Polícia Militar, um batalhão de fiscais e um tumulto na calçada.
Logo, peguei minha “xeretinha” para fotografar, pensando que haviam pegado uma grande quantidade de contrabando e aí veio a primeira decepção.

Eles estavam apreendendo caixas de morango e laranjas.
Eles atravessaram a avenida e, do outro lado, apreenderam mais frutas.
Mais à frente, foram recolhidos pacotes de alho e a pequena banquinha desse senhor.
Porém, ele pedia para pegar seus documentos que haviam ido junto com os produtos e o fiscal foi extremamente arrogante, chegando a mandar o homem calar a boca.
Ele só teve o documento devolvido, pois uma das assessoras de imprensa viu a cena e devolveu o documento ao ambulante.

Segundo a SPU, a fiscalização ainda vai notificar mais 15 barracas que não têm permissão, sendo que existiriam ainda cerca de 60 barracas irregulares no centro da cidade.
Um outro detalhe é que os fiscais passam, por exemplo, por essas barracas de frutas todos os dias há anos e, se houvesse fiscalização rigorosa, elas não estariam ali.
Seria só colocar os fiscais cedo na rua e não deixar os ambulantes montarem as barracas.

Não precisaria expor essas pessoas ao circo da humilhação diante de centenas de pessoas e das câmeras.
Mas, vamos ver amanhã bem cedo, quando os trabalhares começam a lida, se os fiscais vão estar nas ruas para impedir a montagem das barracas.
Enquanto isso, os vendedores de cd pirata estavam comemorando mais uma “vitória” sobre os “homi” dizendo que “é nóis na fita”.
Foi aí que me caiu a ficha de um detalhe, 26 policiais da 30ª companhia e 30 fiscais participaram de uma operação para apreender 175 quilos de frutas, uns 15 quilos de alho e 30 meias de celular!
Qualquer um que não fosse de Juiz de Fora e visse a cena iria achar que aqui não faltam policiais nem viaturas, pois se para apreender frutas já estava assim, imagine se fosse um assalto!

Essas frutas foram doadas, mas uma coisa que um fotógrafo de um jornal me disse, e faz sentido, é que há muito tempo a prefeitura vem apreendendo produtos e dizendo que destrói no aterro sanitário.
Mas, faz um bom tempo que não deixam a imprensa registrar essa destruição.
Não é só um direito, mas um dever da imprensa mostrar a destruição desses produtos!

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